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Diante da restrição do transporte de grãos e alta do petróleo por causa da guerra Rússia-Ucrânia, os preços dos alimentos subiram no mundo, com oferta menor, o que indica maior risco de crise de fome global, alerta as Nações Unidas. Em função disso, o G-7, grupo dos sete países mais ricos, vai discutir o tema em reunião nesta quarta-feira, na Alemanha. As ajudas a países em maior risco podem ser via instituições financeiras como o Banco Mundial e outras. Mas quando se fala em alimentar o mundo, o Brasil e Santa Catarina são parte de solução para aumentar a oferta.

O problema maior está na África e na região do Golfo Arábico. Um dos motivos é a dificuldade da Ucrânia para exportar mais de 50 milhões de toneladas de grãos via portos. Mais de 20 países limitaram algum tipo de exportação de alimentos.

Mas, nas Américas, a oferta de commodities agrícolas continua praticamente estável, embora tenha pequenas quedas em estimativas de safras. No Brasil, no final de 2021, a previsão era de uma safra de grãos recorde, de 191 milhões de toneladas, mas com a seca no Sul, ficará em 270 milhões de toneladas. Mesmo assim, será 19% maior que a anterior segundo a Conab.

Santa Catarina, embora tenha apenas pouco mais de 1% do território brasileiro, é grande produtora de carnes, grãos e frutas, que atendem o mercado interno e vão para exportações. A lista principal inclui as carnes de frango e suíno, soja, milho, arroz, maçã e banana.

Com a seca, o Estado perdeu 21% da produção de soja, que ficará em pouco mais de 2 milhões de toneladas, e 35% da primeira safra de milho em grãos, estimou a Epagri, que controla os números do setor. A produção de maçã caiu 4,5% devido à falta de chuvas e as demais culturas não tiveram variações importantes.

Como a oferta de carnes está alta, os preços seguem estáveis apesar de o custo de produção ter aumentado para todas as cadeias produtivas. As exportações estaduais de proteína animal, seguem altas e vão para mais de 100 países.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo, é um dos que acreditam no potencial do Estado e do Brasil para aumentar a produção mundial de alimentos. Mas ele faz questão de explicar que o setor não é o responsável pelos altos preços agrícolas enfrentados pelos consumidores atualmente. A inflação vem principalmente de fora, observa ele.

Como os preços estão em alta, são uma motivação a mais para os agricultores plantarem a próxima safra. É um setor com preços internacionais que flutuam de acordo com a oferta e a procura.

E quando se fala em fome ou insegurança alimentar, esse é um problema que também ocorre no Brasil e em Santa Catarina, embora em menor proporção no Estado porque tem pleno emprego. Quem precisa de ajuda, deve procurar órgãos que prestam esses auxílios ou recorrer à rede de entidades que colaboram com doações de alimentos.

Para enfrentar esse desafio contra a fome, o mercado internacional poderá contar com a produção brasileira e catarinense. No Brasil, a oferta sofre mais com as variações do clima do que dos preços internacionais. Normalmente, a produção é crescente.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti