A continuidade da guerra na Ucrânia e da Civid-19, mais os impactos da inflação alta pelo mundo não abalaram o bom ritmo das vendas externas de Santa Catarina. O Estado fechou agosto com receita de US$ 1,18 bilhão nas exportações, alta de 37,7% frente ao mesmo mês de 2021. As importações do período alcançaram US$ 2,8 bilhões, 39% mais que no mesmo mês do anterior.
No acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas catarinenses resultaram em receita de US$ 8,2 bilhões, com alta de 26,5% em relação aos mesmos meses do ano passado. As importações alcançaram US$ 18,7 bilhões, 16,6% mais, e a corrente de comércio (soma das variáveis anteriores) alcançou US$ 26,9 bilhões, um crescimento de 19,4%.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Sesex) do Ministério da Economia e são acompanhados de perto pelo Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias do Estado. Em agosto, continuou chamando a atenção o incremento de vendas de produtos industrializados de maior valor.
Nos oito meses do ano, os Estados Unidos foram o principal mercado, com a compra de produtos de mais valor agregado. No período, SC ampliou em 74,5% as exportações de motores e geradores elétricos e em 43,8% as vendas de partes de motores. Com mais produção, as exportações gerais de papel e cartão subiram 138% no ano e manufaturas de madeira tiveram alta de 24,6%.
Segundo avaliação do Observatório, a participação na pauta de produtos de maior valor agregado chegou a 25% até agosto, frente a 23,1% no mesmo período do ano passado. Os principais produtos são autopeças e equipamentos elétricos para os Estados Unidos e Europa. O valor médio da tonelada exportada por SC já cresceu 12,9% este ano e no caso dos produtos sofisticados, a valorização chegou a 30,4% este ano frente a 2021.
Além disso, o agro segue forte. Em agosto, as vendas de proteína animal continuaram como principais pautas, com alta de 26% nas exportações de carne de frango e de 39% de carne suína frente ao mesmo mês de 2021.
Economistas destacam que as mudanças geopolíticas devido à guerra e Covid estão causando desglobalização, mas a Fiesc está otimista sobre as exportações do Estado. Confia que as empresas conseguirão manter a maioria dos atuais mercados, que vão conseguir ocupar mais espaços no lugar de empresas da Ásia e avançar com a internacionalização de médias e pequenas indústrias. Alguns movimentos de atendimento de mercados que eram da Ásia já estão acontecendo.
Fonte: NscTotal – Coluna Estela Benetti