Empresas de Santa Catarina que atuam com comércio exterior projetam crescimento nas vendas externas para este ano e também para 2019.

A Análise do Comércio Internacional Catarinense 2018 realizada pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) e divulgada nesta segunda-feira (30) apurou que 90% das 182 empresas consultadas têm expectativa de expansão das vendas no exterior. Desse grupo de empresas, 59,17% estimam que crescerão acima de 10% frente ao ano passado, 20% avançarão menos de 10% e 17,5% ficarão estáveis.

O levantamento apurou ainda que 53,4% projetam crescer nos mercados em que já atuam e 36,4% conquistarão novos mercados. 

Quanto ao número de mercados compradores, 35,90% das empresas revelaram que atuam de dois a cinco países, 28,21% entre 5 e 9 países, 12,82% de 10 a 20 países e 11,97%, mais de 20 países. Desse grupo, 28,21% fabrica produtos para o mercado interno e vende lá fora e 23,08% contam com linhas de produtos para exportação que tiveram alterações relevantes nos últimos cinco anos. 

A pesquisa incluiu indústrias de todos os portes e também empresas de comércio e serviços para ter informações sobre a dinâmica dos negócios internacionais.

Na opinião do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, os resultados permitem à entidade propor iniciativas para uma maior internacionalização, não só de grandes e médias empresas, mas também de micro e pequenas. Segundo ele, o mercado externo é relevante para a competitividade econômica porque gera ganhos de escala e melhor utilização da capacidade industrial instalada. 

Por isso, a internacionalização da economia de SC será prioridade também na próxima gestão da Fiesc, que terá à frente o industrial Mario Aguiar a partir de 10 de agosto.

Segundo a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, a entidade via focar na educação empresarial visando uma cultura voltada ao comércio internacional, tanto para exportações quanto importações.  

– O objetivo é que o comércio internacional esteja na pauta estratégica das empresas e não seja apenas uma opção para quando há dificuldades de vendas no mercado interno – afirma Maitê Bustamante, ao observar que entre os países que são referência na atuação global estão Coreia do Sul, Cingapura e Irlanda. 

Entre os obstáculos para ampliar as exportações, segundo ela, está o custo Brasil. Santa Catarina, por exemplo, tem portos competitivos mas não tem rodovias. Ela também defende uma nova legislação tributária ao comércio exterior.   

Unidades no exterior

A pesquisa da Análise do Comércio Internacional Catarinense feita pela Fiesc questionou sobre investimentos no exterior em 2019. Das 182 empresas consultadas, 10,34% informaram que pretendem investir lá fora. Os países escolhidos são Estados Unidos (6 empresas), Paraguai (2), Peru (2), Argentina (2), Uruguai, China e Espanha (1 unidade cada). Os tipos de negócios são escritórios comerciais, fábricas e centros de distribuição. 

Micro e pequenas

Um outro levantamento recente da Fiesc apurou que em 2016 Santa Catarina tinha 49 mil micro e pequenas indústrias e dessas 1.451 exportavam, o que significa quase 3% do total. Elas respondiam por apenas 2,4% do total faturado por SC lá fora. E 50% vendiam somente para países da América Latina. Estudo do Ministério do Desenvolvimento, também com dados de 2016, apontou que o país tinha 12.671 micro e pequenas empresas  exportadoras que respondiam por apenas 1,2% do faturamento obtido com vendas externas. 

 

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti