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Quando começou a crise da pandemia, em março, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) eram de que as economias dos países iriam derreter, com quedas anuais próximas de 10%, inclusive a do Brasil. Mas o nível de atividade em Santa Catarina foi surpreendendo positivamente a cada mês e encerrou 2020 com queda de 0,9% frente ao ano anterior, indicou a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDE).

Esse resultado catarinense é pelo menos três vezes maior do que o tombo previsto para o PIB do Brasil em 2020, que é de -4,36% segundo a pesquisa Focus. O PIB oficial, calculado pelo IBGE sai nesta quarta-feira. Para o PIB global, a última previsão do FMI é de queda de 3,5% no ano passado.

Em Santa Catarina, entre os setores que mais impactaram positivamente o resultado da prévia do PIB estão a agropecuária, que cresceu 2,6% no ano passado e a construção civil, que teve alta de 10,4%, informa o estudo liderado pelo economista Paulo Zoldan. Os serviços, que têm o maior peso no PIB, recuaram 0,4% no ano, o que significa uma retração muito menor do que a média do país.

A indústria de transformação do Estado recuou 3,9% segundo a projeção, mas teve resultados variáveis diante das dificuldades da pandemia. Os setores de aparelhos e materiais elétricos subiu (8,5%), máquinas e equipamentos (6,7%), produtos de borracha e plástico (3,3%) e papel e celulose (1,4%).

Na avaliação do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon, mesmo na pandemia o desempenho catarinense foi melhor do que a média, com destaque para o agronegócio, boa parte da indústria, além do comércio e serviços.

– Santa Catarina tem 1% do território nacional, mas no ano passado gerou 53.050 novos empregos, enquanto 99% do Brasil criou 100 mil vagas. Isso mostra que durante a pandemia o catarinense foi mais resiliente no enfrentamento de dificuldades – afirma Buligon.

Responsável pela coordenação dos dados do PIB oficial e por acompanhar as estatísticas econômicas de SC, o economista da SDE, Paulo Zoldan, confirmou agora o que havia apurado ainda no terceiro trimestre do ano passado: que o impacto da pandemia em SC seria menor do que o da última recessão. Ele lembra que em 2015 o PIB catarinense recuou 4,2% e em 2016 caiu 2%.

Causas e efeitos do desempenho de SC

Entre as causas desse desempenho do Estado acima da média no PIB estão fatores estruturais como a diversificada e bem distribuída economia em diversos setores e maior participação da indústria. Os novos fatores foram o pagamento do auxílio emergencial, aumento da demanda por produtos industriais em geral, aquecimento da construção civil e manutenção de empregos.

Os efeitos positivos da pandemia na economia de SC foram a geração de 53.050 novos empregos formais, manutenção de empregos por meio dos auxílios oferecidos pelo governo federal porque o Estado já contava com alta empregabilidade, abertura de 115.074 novas empresas e saldo de R$ 2 bilhões no caixa do Estado em função de políticas públicas federais na pandemia.Esses dados mostram que o conjunto de atividades de SC tem suportado os impactos da pandemia.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti