Quanto mais bem distribuída a economia de um município, menos famílias em situação de vulnerabilidade ele tem, menos precisam de ajuda como o Auxílio Brasil e, assim, menor é o impacto desse recurso no Produto Interno Bruto (PIB) local. Quem está no topo nacional dessa lista é Pomerode, no Vale do Itajaí, Santa Catarina.

É o município do país cuja economia vai crescer menos em função do pagamento do Auxílio Brasil, apurou estudo do professor titular de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ecio Costa. O governo federal antecipou do dia 18 de agosto para o dia 9 o início do pagamento do acréscimo de R$ 200, chegando a R$ 600 por família beneficiada.

A maioria dos municípios que serão menos impactados são da Região Sul. Isso significa que eles têm menos famílias recebendo auxílio frente ao total. Dos 100 do país que terão menor impulso no PIB com o Auxílio Brasil 26 de SC.

Além de Pomerode, nessa lista estão Luzerna, Rio Fortuna, São João do Oeste, Itapiranga, Piratuba, Iomerê, Lacerdópolis, Treze Tílias, Cunhataí, Timbó, Pinhalzinho, Peritiba, Itajaí. Rancho Queimado, Rio do Oeste, Águas Mornas, Campos Novos, Agronômica, Ipumirim, Cunha Porã, Pinheiro Preto, Indaial, Jaraguá do Sul, Lontras e Gaspar.

Na outra ponta, entre os 100 municípios que terão maior impacto positivo no PIB, a maioria está no Nordeste e Norte do país. No topo está Serrano do Maranhão, onde das 10.343 famílias, 4.370 serão beneficiadas com o Auxílio Brasil. O impacto previsto, considerando dados de maio, sem incluir o acréscimo de R$ 200, chegará a quase 34%do PIB deste ano, calculou o professor.

– Esse estudo é uma continuação de outro que fiz em 2020 sobre o Auxílio Emergencial. Naquela época, se mostrou muito importante para famílias de baixa renda, mudando a realidade de muitos municípios no auge da pandemia, onde as famílias priorizaram gastos com alimentos e pequenas reformas na construção civil. Isso foi importante naquela época e agora será também. É um programa que deveria ser perpétuo para ajudar as famílias que têm muita dificuldade de ter o mínimo – explica o professor Ecio Costa.

Mas, segundo ele, é preciso tomar muito cuidado para que essa ajuda não gere inflação. As contas do governo precisam ser bem planejadas para que ele consiga ter geração de receita suficiente, para bancar esses programas sociais. Na opinião de Ecio Costa, certamente, há muita coisa que poderia ser retirada de outros gastos que não são tão importantes quanto esse para a população mais vulnerável do país.

Considerando os estados, o estudo feito pelo professor Ecio Costa mostra que SC será o segundo menos impactado no PIB em função do Auxílio Brasil. Terá uma alta direta de 0,24%, só atrás do Distrito Federal, onde será de 0,19%. Em terceiro ficou São Paulo, com 0,40%. O maior será no Maranhão, de 4,69%, seguido por Piauí, 4,39% e Paraíba, 3,84%.

Em Santa Catarina, 184 mil famílias são beneficiadas com o Auxílio Brasil. Apesar de o Estado ter um menor número de pessoas em vulnerabilidade econômica em relação a média do país, o número é expressivo também aqui: são mais de 615 mil pessoas com renda diária insuficiente, apurou o IBGE.

Por isso, além das políticas federais, o Estado e municípios precisam ter ações locais para que essas pessoas tenham melhores condições de vida e possam deixar essa situação vulnerável.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti