A campanha Vote Consciente, lançada nesta quarta-feira pelo Diário Catarinense e pela OAB-SC, no Centrosul, é de total relevância. Vai no ponto certo. Não adianta apenas tratarmos das consequências da má gestão, do desvio do dinheiro público, da falta de planejamento. É quase como enxugar gelo. Claro que é importante denunciar, revelar à sociedade o que há de errado. O posto de saúde que não funciona, o parlamentar que não produziu projetos relevantes, tampouco fiscalizou o poder Executivo. O prefeito que desvia verbas e as obras que não saem do papel. Mas tudo isso tem como origem principalmente a má escolha do eleitor.

Quando a campanha empodera o eleitor e diz claramente que a escolha dele é mais do que apertar o botão na urna eletrônica, ela visa convocá-lo para assumir com responsabilidade o direito de votar. A opção dele representa o futuro da cidade, do Estado e do país. Hoje há um distanciamento claro entre o que as casas legislativas fazem e o que a sociedade espera delas.

O mesmo vale para o poder Executivo. Os escândalos de corrupção podem provocar um sentimento de afastamento da política. Embora a pesquisa encomendada pelo Grupo RBS ao Instituto Mapa aponte que, em determinados momentos, aumentou o interesse do catarinense pela política, ainda é muito pouco. É preciso mais engajamento. Mais pesquisa, maior interesse por buscar informações sobre os candidatos. Quem são eles, o que já fizeram, quais as suas propostas? Têm ficha limpa? Uma campanha que ajude o eleitor a identificar práticas nocivas corriqueiras em campanhas eleitorais, principalmente nas municipais.

Aquele eleitor que vende o voto por caminhão de areia, por vaga em creche, por alimentos, pensa que está sendo beneficiado, mas não está. Esse tipo de político corrupto promove mais mal do que bem à sociedade. O eleitor será alertado, via campanha, que projetos positivos são aqueles que pensam no bem comum, em políticas públicas para atender o interesse coletivo.O voto apenas para “cumprir tabela” em nada ajuda para mudar o quadro político atual. Esse é o ponto nevrálgico da campanha. Chamar a responsabilidade para o eleitor, para a importância do poder de escolha que ele tem.Essa é uma campanha que precisa ser assumida pela sociedade catarinense. Uma bandeira como ferramenta de construção de uma sociedade melhor. Uma sociedade consciente, responsável e vigilante.

 

Via DC – Coluna Moacir Pereira