Renda fica estável ante o trimestre anterior, mas cai 7,9% em um ano, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 10,5% no trimestre encerrado em abril deste ano, informou nesta terça-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor marca para o período desde 2015 (8,1%), quando o país embarcava em período de crise econômica.

Nos três meses imediatamente anteriores (novembro de 2021 a janeiro de 2022), o indicador estava em 11,2%.

O novo resultado (10,5%) veio abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 10,9% até abril.

O número de desempregados recuou para 11,3 milhões no trimestre até abril, apontou o IBGE. O contingente estava em 12 milhões nos três meses imediatamente anteriores.

Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra no cálculo.

“Estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

OCUPAÇÃO É RECORDE, MAS RENDA CAI 7,9% EM UM ANO

O contingente de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho foi estimado em aproximadamente 96,5 milhões, recorde da série histórica, iniciada em 2012. Houve alta de 1,1% ante o trimestre anterior (1,1 milhão de pessoas a mais).

Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da crise sanitária.

Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder ao longo do ano passado.

A reabertura de vagas, contudo, foi marcada por uma sequência de quedas na renda média dos trabalhadores.

Disparada da inflação, volta de informais ao mercado e criação de empregos com salários mais baixos são explicações associadas ao rendimento mais enxuto.

No trimestre até abril, a renda média do trabalho da população foi de R$ 2.569. Até houve relativa estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.566), mas o indicador segue fragilizado se comparado a outros períodos da série histórica, iniciada em 2012.

Na comparação anual, com o trimestre encerrado em abril de 2021 (R$ 2.790), o rendimento encolheu 7,9%.

Via Folha de São Paulo