Uma das expectativas do setor é solucionar problemas como a dependência da prorrogação da lei que desonera a folha de pagamentos

A composição do Congresso Nacional definida na eleição deste domingo (2) para 2023 fortalece uma agenda liberal que é favorável às pautas de empresas de tecnologia, especialmente quanto à aprovação da reforma tributária, dizem representantes do setor.

Na avaliação de Sergio Gallindo, presidente executivo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o encaminhamento da reforma tributária está maduro e foi destacado como prioridade por ambos os candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputam o segundo turno das eleições presidenciais.

“As prioridades estão dadas, seja em um governo do presidente Lula ou do presidente Bolsonaro” , disse Gallindo. “Ambos sabem que precisam trabalhar a melhoria do ambiente de negócios, a geração de emprego e o auxílio às populações mais carentes, as grandes pautas que mobilizarão o Congresso e a Presidência em qualquer composição”

Uma das expectativas do setor com a renovação do Congresso é solucionar problemas como a dependência da prorrogação da lei que desonera a folha de pagamentos, da qual o mercado de tecnologia é um dos 17 setores beneficiados. A lei, que tinha vigência até 31 de dezembro de 2022, foi prorrogada no dia 3 de janeiro pelo atual governo até 31 de dezembro de 2023.

“A lei, que é fundamental como geradora de empregos, dura só dois anos” , observou Gallindo. “No ano que vem, voltamos a ser pressionados e a reforma tributária é importante para reduzir essa insegurança” . Rodolfo Fücher, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), reforça que a questão tributária é prioridade para o avanço do setor no país. “A tecnologia evoluiu, mas o arcabouço tributário brasileiro não” , comentou.

Acelerar a formação de profissionais para o mercado de tecnologia, que sofre com a escassez de mão de obra especializada no Brasil e no mundo, é o segundo ponto crítico do segmento, apontam as entidades. “O problema de falta de mão de obra qualificada chegou em um teto que afeta o crescimento do setor” , diz o presidente da Abes.

“Tendo uma tendência mais liberal no Congresso, nossa expectativa é que o setor consiga ter mais agilidade para atender esse novo ambiente de negócios” . Gallindo, da Brasscom, observa que a movimentação de parlamentares em torno de pautas de costumes “já é uma realidade nos últimos quatro anos” e não deve gerar impacto na agenda do setor, desde que seja feito um trabalho de apresentação das pautas de tecnologia.

“Há um índice forte de renovação nas duas casas [Câmara dos Deputados e Senado Federal]” , disse Sergio Sgobbi, diretor de relações institucionais e governamentais da Brasscom. “Cabe aos setores produtivos apresentarem suas pautas e, enquanto eles aprendem, criamos um relacionamento mostrando os pontos de interesse” .

Via Valor Econômico – Fonte Fenafisco