Os fortes impactos da inflação e dos juros altos para combatê-la afetam as atividades econômicas de Santa Catarina, mas a maioria dos dados gerais ainda foi positiva em março, mostram as pesquisas do IBGE. O setor de serviços cresceu 4,2% frente ao mês anterior, fevereiro, em volume, e o varejo ampliado teve a leve alta de 0,1% na mesma comparação. A indústria, que depende mais de outros mercados, teve um recuo de -3,8%.

Puxado pela hotelaria, que voltou a ter ocupação quase normal com o recuo da Covid-19, o volume de serviços cresceu 7,7% em março frente ao mesmo período do ano passado, avançou 4,4% no acumulado deste ano e nos últimos 12 meses cresceu 13,3%.

O grupo de serviços para as famílias, que inclui hotéis e restaurantes, teve alta de 66% frente ao mesmo mês de 2021. Corresponde ao crescimento superior a 200% na ocupação dos hotéis, como mostrou o sindicato do setor na Grande Florianópolis. Os serviços profissionais recuaram 18% na mesma comparação.

O comércio varejista continua sentindo a inflação. Frente a março do ano passado, o volume do varejo ampliado cresceu 3,4% e no acumulado de 12 meses, avançou 8,4%. Em relação a março de 2021, o volume de venda de combustíveis teve alta de 12,8%, de veículos 20% e o grupo de supermercados e hipermercados recuou -1,2%.

A pesquisa Produção Industrial Mensal apurou que em março o setor, em SC, teve maiores dificuldades. Foi líder nacional em retração frente a fevereiro (-3,8%) e recuou -9,8% na comparação com março de 2021. Mas considerando a série maior, nos últimos 12 meses o setor acumula alta de 3,5%.

Conforme a pesquisa, todos os setores tiveram queda em março frente ao mesmo período do ano anterior. A menor retração foi em alimentos, -0,3%, e a maior, em têxteis, -22%.

Para os próximos meses, a expectativa é de um cenário parecido porque os desafios continuam os mesmos, com inflação alta no mundo, causada pela guerra Rússia-Ucrânia e esforço dos bancos centrais para conter preços. É esperado em Santa Catarina um resultado melhor dos serviços, ainda em recuperação da pandemia. O comércio seguirá sofrendo com a inflação, mas tem um mercado local com pleno emprego e consumidores pouco endividados, o que dá margem para crescer. A indústria seguirá com mais dificuldades porque depende de vendas fora do Estado e no exterior.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti