Ética e liderança

O tempo que antecedeu ao período eleitoral foi marcado pela ansiedade de se identificar alguém, dentre a classe política, empresarial ou da sociedade civil organizada, com perfil capaz de conduzir os rumos da nação. As frustrações com os atuais ocupantes e os que deixaram o poder, bem como os que se candidatavam ao desafio, eram muitas. Por outro lado, não se vislumbrava ninguém identificado com os anseios populares. Salvo os céticos, aqueles fanáticos por “pseudas” lideranças, ainda que fracassadas em seus mandatos, ou por quem apostasse em desconhecidos no mundo gerencial, pouco ou nada sobrava que brilhasse aos olhos dos eleitores.

São muitos os motivos de escassa personalidade com ênfase ao ponto de contaminar positivamente as pessoas, dentre as quais um pouco mais de leitura, de vivência e de ética. Em se tratando da primeira alternativa, diria que as literaturas estão fartas de materiais qualificados, e podem dar guarida aos pretendentes/interessados.

Na vida privada, a situação não é muito diferente. Os que se sobressaem chegam aos postos com conhecimento de causa, experiências de campo, domínio de conteúdo e facilidade em propagá-los a subordinados ou parceiros; vivência propriamente dita. Alguns que se sobressaem, e com interferência no setor público, acabam debandando como candidatos a cargos eletivos ou até mesmo são convidados a participar efetivamente dos governos.

 

Eis a atualidade 
A enxurrada de autoridades investidas e com pouca vivência gerencial é o resultado das opções encontradas no rol dos candidatos apresentados. Preocupa-se para que não se retorne à inconcebível regra que se combatia recentemente, a das indicações pura e simplesmente políticas – o famoso QI “Quem Indica”. Pelo visto, percebe-se a olhos nus que a velha prática não foi dizimada. Há quem afirme: mudaram-se apenas os figurantes. Com aposta de seriedade, enxugamento da máquina pública, ética, punição, entre outros posicionamentos, as coisas passam a caminhar de forma mais correta. Mas começam as dúvidas, ainda que em apenas 40 dias de exercício, portanto, dentro do prazo dos 100 dias de tolerância, quase nada se pode fazer.

E os exemplos?
O princípio básico de todos que ocupam a função pública, e também aqueles que, mesmo na iniciativa privada, participam dos “quinhões” do Tesouro, como nas organizações do Sistema S, pode-se designar gestão. Mas o que esperar e dizer das tidas como modelos, e, agora, com os gestores escancarados em desvios de dinheiro? O que não poderá faltar é a boa gestão conduzida com ética.

Dicas de Português 
Entre ‘mim e você’ ou ‘entre eu e você’. Tem-se dois pronomes: ‘eu’ – pronome pessoal reto; e ‘mim’ – pronome pessoal oblíquo. No caso, a preposição ‘entre’ exige o uso do pronome oblíquo. Logo, o correto é dizer: entre mim e você. Aprenda com o exemplo: Podemos dividir o trabalho entre mim e você. Fonte ESAT/SEF/PR.

Refletindo 
“A verdadeira liderança tem que ser gerida pela ética”. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual /SC