Cofre tem comando

A vitória envaidece e faz sentido, tendo a régua como limite ao pódio. A estratégia adotada na composição da lista de pretensos candidatos às funções de primeiro escalão dos governantes, passa por peneiradas de interesses. Em se tratando da Fazenda, acredita-se em “briga de cachorro grande”. Numa recente entrevista a jornalistas, o governador eleito, Jorginho Mello (PL), proferiu, entre outras palavras: “secretário de Fazenda, se for simpático, não funciona. É venha a nós, o vosso reino, depois”. Na linha de raciocínio a escolha recaiu sobre Cleverson Siewert, executivo de uma empresa com sede em Joinville cujo faturamento neste ano deve ultrapassar a marca dos R$ 5 bilhões. Como dito por ele: “as experiências lhe dão duas leituras de balcão: público e privado”. Atuou por oito anos na Secretaria da Fazenda, ocupando as funções de assessor, diretor do Tesouro e secretário. Ainda, por igual tempo, na maior empresa de energia de SC, presidindo a Celesc.

Cadê a receita?

Para coadjuvante, o escolhido, Augusto Piazza, competente funcionário de carreira da auditoria interna, ocupando por muitos anos a função de diretor e que trilha no campo dos controles das despesas. Há muitos anos que a pasta tem na função de secretário, ou na de adjunto, pessoas advindas da administração tributária catarinense. O quadro comporta um contingente de analistas da receita estadual (180), pessoal de apoio e também de auditores fiscais da receita estadual (420), considerados país afora como cérebros da fiscalização, arrecadação e tributação. Não se sabe quais as razões, se baseadas nas palavras “do venha nós…”, se é que elas existem, mas deixá-los em terceiro plano cheira estranho.

Tomada de atitude
Se a ideia de pôr em execução propostas de campanhas como a das bolsas aos estudantes universitários, as quais demandarão muito investimento e, claro, como recursos não caem dos céus e no Planalto os aliados com menor influência no próximo exercício, sem considerar os buracos a herdar da “PEC do estouro” em estudo no Congresso Nacional, para incrementar a arrecadação terá que tomar atitude, firme e propositiva. Isso a história testemunha, inclusive, no governo que finda.

“Cases” de sucesso
Se depender de conhecimento, ideias, bom diálogo e trânsito nas áreas prementes como nos poderes, empresariado e sociedade civil, o Sindifisco, que inclusive em tempos de “vacas magras” socorre os abnegados auditores fiscais com capacitações pontuais e das mais variadas, o staff terá uma assessoria gratuita, além da liderança sobre a classe.

Chama os cérebros
Mas Cleverson que aportou em 2007, no primeiro governo de Luiz Henrique da Silveira, junto com um time de jovens, denominados “Menudos”, em referência à banda porto-riquenha, tem na algibeira a frase motivacional: “A gente tem que pensar diferente, fazer diferente, para ter resultados diferentes”. Então, tá! O “não se reprima”, nome de uma das músicas da banda, na hora agá, certamente apelará aos cérebros para fazer a diferença nos cofres.

Malhas fiscais 
Na próxima coluna abordaremos, em detalhes, as malhas referentes ao MEI e Simples Nacional, ferramenta que, no entender do colunista, contribuiu para alavancar a arrecadação nos últimos períodos, junto com outras tantas ações e que deverão ser avalizadas pela futura equipe da Fazenda estadual. A conferir!

Refletindo
“Na janela do conhecimento, tem que haver espaço ao aprendizado”. Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual de SC

“Este é um artigo de opinião, cujo teor é de inteira responsabilidade do autor, e não expressa necessariamente a opinião desta entidade, não sendo, portanto, por ela endossado.”