Os desafios das reformas

Entra governo e sai governo, mas a prometida reforma tributária não avança. Salvo alguns remendos, que pouco contribuem, enquanto a gangorra social pesa cada vez mais do lado empobrecido. Novamente o tema, super-requentado, emerge das propostas nas campanhas políticas e segue para a mesa do futuro presidente. Para quem teve duas oportunidades diretas e outras como coadjuvante, é de se esperar que no terceiro mandato Lula não imita São Pedro, que negou Cristo por três vezes; mas fazendo a reforma acontecer. Experiente que é, não poderá deixar para o exercício seguinte, pois com eleições municipais, quando deputados e senadores correm para as bases e prefeitos em busca de reeleições, farão pente-fino e não deixarão passar coisa alguma, salvo se as propostas de emendas forem amplamente debatidas, elaboradas de forma diferenciada e simplificada, com menos concentração de receita em Brasília, fortalecendo os entes federados.

Reforma solidária
Sonhar é possível, acreditar nem tanto. São tantas as variáveis partindo de setores econômicos, empresariais, políticos e sociedade civil. Quando nenhum pretende perder e todos querendo ganhar, dificilmente se chega a resultados. As negociações começam na transição para depois, no exercício do mandato, aconteceram os encaminhamentos dos projetos. O conhecido tema, com ampla participação da Fenafisco nas casas legislativas, esbarra em lobismo emperrando o processo. De olho na redução do consumo e no entendimento de que patrimônio e renda merecem atenção especial, sobretudo nas camadas mais abastadas, no tocante à tributação mais elevada, propiciando assim, maior distribuição das riquezas, tornando numa espécie de reforma solidária. Quem viver, verá o quanto serão os desafios a enfrentar para se concretizar em reformas.

Bloqueios e prejuízos
Se nem Cristo agradou a todos, imaginem eleições polarizadas. Foi o que ocorreu durante uma semana com bloqueios de rodovias por adeptos ao bolsonarismo, país afora. Descontentes, emperraram o transporte de pessoas e de produtos, resultando em protestos dos que deles precisavam. Independente dos descontentamentos, todos sofreram ou ainda sofrem com os prejuízos. Nos levantamentos mencionados pelo Sindifisco, lá se foram R$ 47 milhões ao dia de ICMS que SC deixou de arrecadar, numa semana praticamente perdida. Igualmente os municípios deixarão de ficar com o quinhão (25%) da receita do fundo de participação e, na ponta, quem perde mesmo é a sociedade, que terá menor prestação dos serviços de saúde, educação e segurança. Manifestações podem e devem sim ser feitas e livres, desde que não interfiram no direito de ir e vir e nem na vida de outras pessoas.

Golpes por telefone
Diariamente pessoas são vítimas de golpistas passando-se por agentes bancários. São muitas as formas utilizadas. Mas a que tem pego algumas pessoas é a de ligar informando que seu aparelho está sendo “hackeado”. Bem preparados tal qual legítimos profissionais, inclusive avisando que estão repassando a fraude à Polícia Federal, dando credibilidade na ação. Pelas informações colhidas junto à gerência do Banco do Brasil local, podem sim ligar para o telefone residencial, mas sempre do nº 061.4004-0001. O correto mesmo é ignorar qualquer telefonema que não seja de conhecido. Se atender, jamais passe qualquer informação particular. Na dúvida, depois recorra ao seu banco, certificando-se dos fatos, evitando cair no golpe do telefonema.

Refletindo
“Novembro azul, melhor prevenir do que remediar”. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual de SC

 

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