Por um ambiente de paz

As interferências, em áreas não comuns aos convívios de pessoas que se dizem experts em assuntos, dos mais complexos aos corriqueiros, por vezes em voga e de repercussões extra fronteira, têm sido constantes nos últimos tempos. Denominadas de “pitaco e de metida de bedelho”, vêm se intensificando em momentos de guerras bélicas ou comerciais, de campanhas políticas ou em crises hídricas, de catástrofes e outras mais.

Verdadeiras ou mentirosas, as notícias se espalham como rastros de pólvoras em filmes de faroeste. E há quem acredite ou se preste a compartilhar, minando ainda mais o mundo um tanto conturbado por todas essas “intempéries”.  Manifestações em programas de meios de comunicação, em competições esportivas, em ambientes de festas e até em encontros entre amigos e familiares, tendem a tornar o local apropriado para o embate.

Quem pode interferir?

Justamente as que detêm o “poder” ou a representatividade sobre as instituições, agremiações e grupos familiares. Mas nem sempre quem as possui age desta forma. O que, ao participarem do processo, podem agravar, prejudicando e distanciando ainda mais seus seguidores/discípulos, criando ambientes inapropriados ao convívio humano. Lamentável, mas pouco se tem visto ou ouvido lideranças brigando, literalmente, por um ambiente pacífico.

7º mandamento

Por falar em ambientes atuais, dá a impressão de que o mandamento que condena o roubo nas tábuas da lei, entregue ao profeta Moisés no monte Sinai, foi pro brejo. De pecado mortal para venial, segundo as leis do Supremo Tribunal Federal, que ainda não está acima das leis de Deus. Roubar é crime tirando recursos da saúde, educação, segurança, o alimento das crianças e pessoas necessitadas. Ou alguém, em sã consciência, tem dúvida?

Aposta no ICMS

Políticos ou gestores que durante os mandatos pregaram e até lutaram para que a carga tributária fosse alterada, de forma enviesada, não lograram êxito nas urnas. Dois exemplos só para ilustrar: O Governo bateu na tecla por alguns meses na tributação sobre os agrotóxicos e derivados para aplicação na agricultura. Se antes estava isento de ICMS, pretendeu tributar “numa tacada”, sem escalonar alíquotas, o que poderia ser melhor digerido. Revendo os erros e rompantes cometidos, retrocedeu. Não houve tempo para se recompor. Claro que foram outros os empecilhos que não lhe deram a chance do segundo turno.

Ilustres na barca

Setor mais afetado na pandemia, o de eventos, e que agora respira aliviado com o advento das festas de outubro, igualmente foi submetido a interferência por meses a fio, porém de forma desconexa. Com ânsia de mídia e talvez por brigar em causa própria, deputado quis equiparar o whisky 25%, produto de baladas casas noturnas frequentadas por caixas altas, aos ofertados na cesta básica 7%. Hipocrisia pura, ao ponto do Secretário da Fazenda em audiência pública dispor lado a lado, litro do destilado com o de leite em caixa. Não foi surpresa, embora com excelente votação, também rodou compondo a barca dos perdedores, repleta de ilustres políticos.

Refletindo:
“Um dia lindo para agradecer por ter me colocado no mundo peregrino. Já se passaram 10 anos de muito aprendizado e de mudanças”. Contador Rogério Pereira, agradecendo ao colunista, no seu retorno de Compostela. Uma ótima semana

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC

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