2022: marcado pelas eleições

Ah! Quanto bom seria se as promessas fossem cumpridas como as de antigamente, quando seus “protagonistas” se expressavam com firmeza: Aqui é “no fio do bigode”.
Pelas imagens, muitos ostentavam vastos bigodes, daí o adágio. Atualmente, com o retorno à moda da barba longa cobrindo os rostos, não se pode confiar no mesmo dito popular, principalmente em se tratando de política ou políticos. Por mais que se queira desdizer, as provas estão às claras, basta resgatar os discursos em épocas de campanhas eleitorais. Quem não conhece candidato que disse em alto e bom som: “Irei para o sacrifício e, caso vença, serei político de mandato único”. Independentemente se com barba ou não, vale ainda a palavra proferida.

Mosca azul 
Se o cargo envelhece, também apetece, e, com o passar dos dias, meses e anos, os fatos mudam, e também os planos. Quando tudo gira ao contrário, ainda assim tem quem se arrisque na aposta do impossível. Com vento a favor, nem se fala. Melhor se nesse meio estejam reservas monetárias a ponto de se convencer outros mandatários de que o caminho a prosseguir, com sucesso, tem rota definida. Ou seja, como se a mosca azul pousasse sobre a torta a se deliciar lá na frente.

Trunfo na arrecadação
Por aqui, com o crescimento constante na arrecadação tributária, já nominados em colunas anteriores seus principais autores, o governo foca em infraestruturas das rodovias federais e estaduais para atender aos municípios. Prefeitos de todos os naipes encorajam-se em depositar apoio, por conta dos repasses ou promessas de investimentos regionais ou locais. Por outro lado, não se trata de faca no peito, mas de compromissos assumidos visando às futuras eleições,  que certamente já estão marcados.

Perspectivas boas 
Por falar em arrecadação, quanto ao ICMS, as expectativas para o ano em curso são alvissareiras, a começar pelo planejamento e a força de trabalho da administração tributária. Ao se repetir 2021, um horizonte se vislumbra, começando pelo plano 1000, quando serão investidos sete bilhões de reais em cinco anos. Para se falar com tanta envergadura, há que se ter uma boa reserva de caixa e contar com a multiplicação dos pães nos anos seguintes.

Supremo nos calcanhares
Corre-se o risco das ações de inconstitucionalidade transitando no Supremo Tribunal Federal serem os entraves nos projetos em andamento e nos futuros das administrações governamentais. Se favorável, alívio; se contrário, pesadelo, como a das comunicações, que ficou para 2024. Todo o cuidado é pouco quando se tem em jogo ações no STF.

Benefício vetado
Setores de bares, restaurantes e similares reclamam por serem prejudicados com a pandemia, considerando que seus eventos foram cancelados devido às aglomerações. Vão além; alegam também que os governos das três esferas não atenderam às suas solicitações, viabilizando linhas de créditos específicas. Muitos fecharam suas portas, e outros amargam ainda contas a pagar. Sensibilizados com os pleitos, a Assembleia Legislativa, aproveitando o pacotão de dezembro, advogou favorável emplacando emenda reduzindo as alíquotas de 7% para 3,2%, igualando as praticadas pelos estados vizinhos. Todavia, por se tratar de benefício fiscal, quando o governo já tem discurso contrário a pleito dessa natureza, como o da Responsabilidade Fiscal, este foi vetado pelo governador.

Refletindo
“Que os cidadãos tenham discernimento sobre suas escolhas”. Luiz Alberto Silveira, médico. Uma ótima semana

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC