Vinhos: fim de festa

A recente passagem de tornados na região central dos Estados Unidos devastando cidades inteiras, deixando à mostra uma biblioteca com seus exemplares prontos à leitura, faz remeter à história da humanidade, nos seus registros. Assim, desde épocas remotas, escritos relatando ou retratando o quão extasiante são seus efeitos sobre a face da Terra, onde humanos, em algum momento da vida, passaram a cultivar e a degustar a bebida de Baco. Do Egito antigo, passando pelas civilizações gregas, romanas, chegando à Europa da Idade Média aos dias atuais, pelo mundo afora, o vinho vem se tornando uma das mais cobiçadas e apreciadas bebidas.

Margem de lucro
Os vinicultores, costumeiramente, reclamam que seus produtos pelas especificidades no processo a partir do plantio, colheita até estar em ponto de comercialização, vão levar muito tempo e os custos não são poucos. Se considerar que na prateleira seu tinto de boa cepa ultrapassa percentuais de superiores marcas adquirido de forma clandestina, nada animador.

Mercado interno
Em SC, o produtor tem tratamento diferenciado, de forma a concorrer com similares de origem nacional ou estrangeira. Todavia, a alíquota, em se tratando de bebida alcoólica, segue mantida em 25%. Então, para que a concorrência se torne leal, se fazem necessárias as frentes de combate ao descaminho como as que vêm ocorrendo, com certa frequência, em todo o território catarinense, sobretudo, com produtos provenientes da Argentina.

Operação oeste 
Grupos familiares, localizados nas cidades de Dionísio Cerqueira/SC e Barracão/PR, que vinham movimentando milhões de reais comercializando bebidas por intermédio de plataforma de comércio eletrônico na internet, foram desarticuladas, ontem, pela Polícia e Receita Federal.

Pelo Correio
As mercadorias que eram despachadas pelos Correios possuíam declarações falsas dos remetentes e de seu conteúdo. Esses integrantes, por praticarem o descaminho, estarão sujeitos à pena de até quatro anos de reclusão, e o crime de uso de documentos ideologicamente falsos, que tem pena de até cinco anos de reclusão. Para a quadrilha debelada, o vinho foi fim de festa.

Gregos e troianos 
Fim de ano tornou-se rotina para governantes enviarem seus projetos, alguns cabeludos, outros populares, e ainda os famosos jabutis, aqueles que na essência contemplam escritos que somente meia dúzia de sábios conhecem o seu propósito. A casa do povo é o foro.  Chegada a hora de sair para um longo recesso, há quem realmente pouco se interesse pelos seus resultados. Por outro lado, poucos que se debruçam sobre as matérias a dissecar seu conteúdo e, ainda, os que para marcar presença recheiam de emendas, como no dito popular, encher linguiça.

Apoio profissional
Louvável que, por fora, equipes especializadas de profissionais acompanhem o trâmite das matérias para que seus desfechos alcancem os anseios desejados, sem prejuízo dos catarinenses. Pura verdade, por mais que o governo queira contentar gregos e troianos, não contentará a todos.

Refletindo
“Se beber não dirija e, bebendo, faça com moderação”. Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC