O falecimento do Fiscal da Fazenda aposentado Antônio Carlos Vieira não é motivo de profundo pesar apenas pelos familiares, amigos e correligionários. Não provoca grande tristeza só na Fiscalização da Fazenda, no Partido Progressista, na Assembleia Legislativa e na Secretaria de Finanças da Prefeitura de São José. Com sua morte, é a ética pública que está de luto em SC. 

Vieirão exerceu o serviço público como auditor fiscal com todo rigor, sem concessões, rigorosamente dentro da lei e subordinado apenas à correição e ao interesse público. Com ele não tinha jeitinho. Nem se dobrava a interesses partidários. Muito menos a pressões políticas. 

Esperidião Amin, governador no segundo mandato entre 1999 e 2002, queria na Secretaria da Fazenda um economista estudioso, um servidor exemplar e um guardião do Tesouro Estadual. Convocou Vieirão que executou um trabalho considerado paradigma. Montou um esquema de parcelamento dos salários atrasados de três meses dos servidores públicos, herança do governo Paulo Afonso. E garantiu um orçamento que priorizava a educação e a saúde, com rígido controle das despesas públicas. 

Na Alesc manteve fiscalização sobre o governo, lendo tudo no Diário Oficial, denunciando desvios do Executivo e apontando irregularidades em atos administrativos.

Seu falecimento, provocado por câncer na próstata, foi lamentado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia. Em Brasília, o pesar foi proclamado por seu amigo, o senador Esperidião Amin.

Num cenário com tanta corrupção, Antônio Carlos Vieira foi um arquétipo da dignidade e da honradez no exercício da função pública. 

Via NSCTotal – Coluna Moacir Pereira