E agora, senhores eleitos?

Com o fechamento das urnas, a contagem dos votos e a apresentação dos resultados, encerrou-se o processo eleitoral. Enquanto, de um lado, derrotados lamentavam; do outro, vencedores soltavam foguetes. Sem essa de golpe! Num estado democrático e de direito, sacramentado o processo, é página virada.
Prestes às mudanças, compete ao inquilino arrumar deixar a casa em ordem e preparar a transição. Depois, é limpar as gavetas, celebrar o Natal e o Réveillon e entregar as chaves, ou a faixa, no próximo ano ao novo morador.Ato seguinte é aguardar que os eleitos cumpram as promessas de campanha, que no entender deste colunista, não serão tão fáceis. Cabe ao eleitor, não ficar em berços esplêndidos, ou choramingando pelos cantos, mas comprometer-se como cidadão, fiscalizando, numa eterna vigilância.

Trabalho pela frente
Educação e emprego, bandeiras do governador eleito, Jorginho Mello, Senador (PL-SC), devem alavancar o promissor futuro de Santa Catarina, que vive um momento ímpar. A contar com as outras metas ousadas e prometidas como a de eliminar a fila dos mais de 100 mil catarinenses esperando por cirurgias eletivas. Pelos cálculos as arrecadações aqui produzidas, não serão suficientes. Uma coisa é certa: Início de governo o cinto sempre aperta e no próximo não deve ser diferente. Conhecer a casa, reduzir despesas enxugando a máquina para “sobrar” receita. Pela expertise adquirida nas passagens como parlamentar no legislativo estadual e nas duas casas do Congresso, com trânsito nos meandros ministeriais, acredita-se que não encontrará dificuldades em garimpar recursos para realização dos trabalhos que terá pela frente.

Plano Nacional
Estratégias adotadas na campanha não se aprofundaram nos campos das ações a serem implementadas. Mas agora terão que emergir e uma delas, a de alterar na política do salário mínimo: se de um lado beneficia o sofrido aposentado do INSS, do outro poderá migrar para a informalidade mão de obra pelos custos que virão aos empregadores. Um abacaxi que deverá ser descascado pela futura equipe econômica, não conhecida.A revogação de trechos da reforma trabalhista e nova legislação com proteção social, focada em autônomos, domésticos, teletrabalho, home office e trabalhadores mediados por aplicativos, também estão na ordem do dia. Segundo o empresariado, vai mexer no time que está ganhando. Dificultando a contratação, passo seguinte; o desemprego.

Costeando alambrado

Outras medidas de caráter social como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R $5.000 mensais no contexto de uma reforma tributária. Reporta-se ainda em igualdade salarial para homens e mulheres, sem especificar quais medidas seriam tomadas para isso.
Em suma, tudo passará pelo Congresso, do qual terá minoria. Porém, pelo visto, como dizia o ex-governador Leonel Brizola, os políticos já estão “costeando o alambrado”, ou seja, mudando de lado. O que não é nenhuma novidade. Basta olhar quem apoiou, foi contra e depois, se abraçou com o inimigo. O Centrão, sob o comando do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), mestre nas artes, já sinalizou pró novo governo. Quem tanto blasfemou contra, para ter governabilidade, vai morder a língua.

Honestidade e competência
Para acomodar tantos correligionários, ministérios (fala-se em 13) serão criados, inchando a máquina estatal, mas os recursos terão que dar cumprimento a todas as ações. Sem aumentar impostos, será um quebra cabeça a ser resolvido. Acredita-se que Lula no adiantado da idade e das experiências de compadrio fracassadas e das políticas que levaram ao mensalão e petrolão, se cercará de mulheres e homens de ilibada competência e honestidade; da imprensa favorecendo os pontos fortes, minimizando nos fracos; das Instituições e Poderes comungando dos mesmos objetivos, transformando o Brasil numa potência mundial. Respondendo à pergunta inicial desta coluna.

Refletindo:
 “Nada de quanto pior, melhor, a exemplo da condenável atitude de caminhoneiros interrompendo a circulação de pessoas, de mercadorias e insumos, país afora. A luta será, pelo quanto melhor, MELHOR”. Uma ótima semana

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual de SC

 

“Este é um artigo de opinião, cujo teor é de inteira responsabilidade do autor, e não expressa necessariamente a opinião desta entidade, não sendo, portanto, por ela endossado.”